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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Hora de Mudar

Como mudança é um assunto de todos e não só de um grupo selecionado, compartilho o texto abaixo (bem longo por sinal), mas vale muito a pena ler e refletir.
Desejo uma ótima quarta-feira (de correria de final de ano. Aff!!) a todos!
Abraço

"Este é o primeiro artigo que estou escrevendo em meu apartamento novo. Mudei há uma semana. Fazendo as contas, já mudei de casa mais de 30 vezes. Morei em quatro cidades brasileiras e em três países. Mudei de profissão quatro vezes, de estado civil três vezes. Já tive dezenas de projetos de vida, mudei centenas de vezes de opinião e milhares de vezes de idéia. De mudança eu entendo. Ou acho que entendo...
Descobri, por exemplo, que as pessoas mudam por necessidade ou por desejo. Sentimos necessidade de mudar algo em nossa vida quando as coisas não estão dando certo. Já o desejo está ligado a querer resultados ainda melhores, independentemente de quão bons já sejam os que estamos obtendo. Mudar, portanto, é próprio do ser humano, pois ele sempre tem necessidades e desejos. Será? Vamos analisar algumas contradições que pertencem a esse assunto.
Uma das principais características da nossa sociedade, atualmente, é a crescente velocidade das mudanças. Há tantas, em todas as áreas, que os historiadores estão dizendo que não estamos em um tempo de mudanças, e sim em uma mudança de tempo, como ocorreu na Renascença e na Revolução Industrial. As tecnologias, como o celular e a internet, compõem o principal motor desse fenômeno, mas há outras coisas, como o excesso de informação e a multiplicidade de opções.
Ao contrário do que já foi, hoje são valorizadas as pessoas que mudam. Raul Seixas foi profético quando disse que preferia ser “uma metamorfose ambulante” a “ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. É claro que não se cobra de ninguém que seja tão maluco-beleza, mas a estagnação paga pedágio dobrado. Somos estimulados, sim, a ser metamorfoses ambulantes, se não por outro motivo, pelo menos para acompanhar as mudanças do mundo, e estas são cada vez maiores e em velocidade crescente.
Mas há pelo menos duas contradições importantes quando o tema é a mudança. O motivo principal que nos obriga a mudar é a manutenção do status. Eu preciso mudar para continuar sendo competitivo, para manter minha cultura em dia, para ser bem informado como sempre fui, para atender às expectativas das pessoas com quem convivo, para não ser considerado antiquado... Ou seja, preciso mudar para continuar sendo o mesmo. Esse é o primeiro paradoxo.
O segundo, é mais agudo: eu sei que preciso mudar,mas bem que preferia deixar como está. Seria tão bom se tudo ficasse quieto, confortável e seguro... Esse sentimento existe porque qualquer mudança pressupõe movimento, gasto de energia, perigo – e são justamente essas as características que a parte mais primitiva de nosso cérebro está programada para evitar. O racional entende que a mudança precisa acontecer, o emocional precisa ser convencido e, mesmo assim, reluta. É duro sair de uma zona de conforto, que é confortável principalmente porque é conhecida...
Mas não temos alternativa. Devemos conviver com nossos dois eus interiores – o que quer mudar e o que quer permanecer.
Apesar de o assunto ser moderno, ele não é novo. Há mais de 25 séculos viveu, na costa da Grécia, um filósofo chamado Heráclito, que, dizem, vivia angustiado com a velocidade das mudanças. Imagine se ele vivesse hoje!
Heráclito teve duas percepções importantes a respeito do tema. A primeira diz respeito ao que ele chamou de “unidade dos opostos”. Segundo o filósofo, absolutamente tudo na vida é composto por fenômenos, valores ou tendências totalmente opostas, mas que se complementam.
Um exemplo: se alguém diz que um copo de água está meio vazio, enquanto outro afirma que está meio cheio, ambos estão falando sobre o mesmo copo, e não sobre dois. É o mesmo, mas há opiniões opostas a seu respeito. E essas opiniões não são contraditórias, mas complementares, pois o copo está, de fato, meio cheio e meio vazio. A diferença está apenas no ponto de vista.
O que o sábio Heráclito quis dizer com isso é que as oposições são naturais e nem sequer devemos lutar contra elas, pois estaríamos correndo o risco de negar a própria realidade. A lição que tiramos dessa história é que a realidade é instável por conter os opostos, que, por outro lado, são necessários para a construção do todo.
Os opostos geram a instabilidade que provoca o movimento que determina as mudanças. Daí nasce a segunda observação de Heráclito: “Tudo flui, você não pode banhar-se duas vezes no mesmo rio”, pois, na segunda vez, o rio não será o mesmo, uma vez que aquela água já se foi e esta é outra. Ponto para Heráclito. Temos que estar preparados para conviver com os opostos e para nos adaptarmos às novas realidades que surgem o tempo todo.
Mas observe como algumas pessoas têm uma incrível dificuldade para lidar com essas duas situações. E acabam pagando um preço alto por não conseguirem entender a instabilidade dos fenômenos e a oposição dos componentes da realidade. Cuidado! Adaptação não é o mesmo que acomodação.O acomodado não muda, o adaptado muda o tempo todo.
Não precisamos ser metamorfoses ambulantes, mas não podemos ter a velha opinião formada, imutável, irremovível, pétrea. Há uma diferença entre “dualidade” e “impasse”. Os opostos de Heráclito compõem dualidade: dia e noite,vida e morte, homem e mulher, inverno e verão. A dualidade pressupõe o uso de “e”. O impasse vale-se do “ou”. Viveremos tão melhor quanto mais aceitarmos o uso do “e”, que pressupõe soma, não divisão.
Mudanças são boas quando trazem acréscimos para nossa vida. O duro é perceber que ir para outro emprego, acabar com um casamento falido, promover alterações no visual e criar novos hábitos de vida, entre outras, são mudanças que acrescentam. Não significam perdas, e sim ganhos... .
As mudanças podem ser traumáticas ou amigáveis, isso vai depender da relação que construímos com elas. E, é claro, vai depender também da expectativa que temos do seu resultado.
Ninguém gosta de mudar para pior. Ou mudamos por conta própria, e sempre para melhor, ou as mudanças acontecerão à nossa revelia – e, nesse caso, não temos garantia de que será para melhor".

Fonte: Eugenio Mussak - revista Vida Simples – Novembro de 2006.

Um comentário:

  1. Procurava eu uma foto para ilustrar meu post, no meu blog, e adorei a sugestão dos trilhos e ai voltei para ver de onde tirei a foto e vi o tema Mudança, o mesmo que o meu, na verdade o sei tratava de um tipo de mudança, mas que no fim era o mesmo que a meu post :)
    Adorei o texto de abertura do seu blog, inspirador e verdadeiro!

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